Não sou um purista em termos de utilização do português, por isso uso repetidamente termos como web design, web development, website e várias outros tecnoneologismos que a Internet exige. No entanto tenho utilizado por vezes termos aportuguesados ou traduzidos do jargão ligado ao meu trabalho. Às vezes uso sítio digital para website, ou simplesmente sítio, principalmente em meus trabalhos acadêmicos, na área da literatura, ao qual também pertenço. Troco e-mail por mensagem eletrônica ou email sem o hífen. Já vi algumas pessoas escolhendo o nome próprio Emílio para designar o e-mail, ou então a palavra imail. Os franceses, que fazem questão de traduzir todos os termos de Internet e informática, chamam o e-mail de courrier électronique e traduzem e adaptam muitos outros termos, como réseau informatique para network.
Mesmo dominando a língua inglesa, e talvez por isso mesmo, me soa artificial continuar utilizando alguns termos importados. Mas a solução do aportuguesamento às vezes pode soar ainda mais estranha, como no exemplo do e-mail acima, pois deixa para trás o significado original que o termo pode trazer. Outro exemplo: a troca de blog por blogue. No original, blog é uma palavra-valise (uma palavra ou morfema que faz a fusão de duas ou mais palavras) de web log, algo como “registro da rede”, um site onde o autor registra em ordem cronológica os seus passeios pela rede mundial de computadores (World Wide Web, com iniciais maiúsculas). Nesse caso não há o que inventar e o melhor é utilizar o termo original mesmo.
Meu posicionamento pode parecer às vezes duvidoso, e como já falei no início dessa postagem (post), costumo utilizar tanto a forma original do termo, como outra forma já difundida do mesmo em português ou alguma improvisação de momento. Outro dia li em um artigo do Diplomatique Brasil que mesmo os franceses ferrenhos protetores de sua língua, vêem-se cada vez mais encurralados pela língua mundial e são obrigados a falar o inglês, em seu próprio país, quando trabalham em multinacionais de língua inglesa.
Bem, mas o negócio é se adaptar a cada ocasião, não dá pra ser chato demais e ficar traduzindo tudo, mas ao mesmo tempo nada impede de brincar com as palavras e criar seu próprio dicionário de termos. Essa (ainda) é a vantagem de sermos humanos e não autômatos, somos diferentes e cada um tem seu léxico pessoal, uma mistura de experiências, crenças e sentimentos. Mas isso já é assunto para outro post.