Cada palavra em um texto é uma voz em nossa história, até chegar ao texto presente e o ciclo se repete cada vez que esta palavra é utilizada novamente, simultaneamente. Por mais hiperbólico que seja, quando lemos um texto, estamos lendo a compilação de todos os escritos da humanidade, desde que o homem inventou a escrita. Nós estamos ouvindo as vozes multiplicadas, com um som de fundo diferente em cada palavra, que sofreu transformações com o passar dos anos, desde que foi criada. É como se estivéssemos entoando um mantra milenar, adicionando nossa própria voz ao conjunto e cada vez que lemos essa palavra específica, nós não a estamos lendo apenas neste instante, nós estamos dando continuidade a sua existência, preservando e recuperando seu passado e adicionando um novo significado neste momento, quando a pronunciamos novamente.