[one-fourth-first]É claro para mim que a Internet será um canal fortíssimo para fortalecimento do poder dos cidadãos chineses a médio prazo. É impossível nos dias de hoje uma economia com a potência e o crescimento exponencial da China ainda tentar manter as rédeas sobre a rede. Tentam, mas não conseguem, pois a profusão de serviços oferecidos aos “dissidentes” do regime permite a estes “rebeldes” chineses consumir e produzir o mesmo tipo de conteúdo produzido em outras partes do supostamente mundo democrático. Trocar idéias, escrever e ler textos proibidos. Não dá mais pra esconder o resto do mundo dos chineses.[/one-fourth-first]
[one-fourth]Atualmente cerca de 14% da população chinesa utiliza a Internet, por isso não podemos criar ilusões a respeito da “munição” que a rede pode suprir na discussão pela falta de liberdade de expressão e outros problemas do sistema hibrido que se tornou a China, onde a produção de capital depende do controle do indivíduo (sim, isso também ocorre nos mesmos paises que atacam e criticam a China). Mas também é verdade que estes 14% vivem nos grandes centros, nas áreas metropolitanas e por isso tem mais condições de ecoar as suas vozes, mesmo que internacionalmente, como no caso do novo processo contra o Yahoo, o segundo, alavancado por uma jurisprudência e um acordo milionário fora dos tribunais que provavelmente farão o Yahoo se arrepender.[/one-fourth]
[one-fourth]Então nós chegamos a outro detalhe importante da transformação chinesa. As mesmas grandes empresas que defendem a disseminação de informação, liberdade de expressão e a privacidade dos seus usuários/clientes, pratica diametralmente o oposto na China com o argumento de que precisa respeitar as políticas diferentes de cada país. Ora, nós sabemos muito bem que na verdade o que interessa são os lucros do Yahoo e de outras marcas fortes da Internet, que interessadas no crescente mercado chinês, resolveram não ficar de fora e descaradamente deram o aval ao Sr. Jintao, que apesar de tentar parecer um liberal, é visto atualmente como um linha-dura no que diz respeito à censura da mídia chinesa e outras políticas reformistas.[/one-fourth]
[one-fourth]Mas, acredito que a médio prazo a sede por mudanças e esse novo recurso dos chineses de brigar nos tribunais internacionais, onde ficam as matrizes dessas mesmas campainhas que poderiam ser os instrumentos para as tão desejadas reformas na China, farão toda a diferença. Mais do que o prejuízo com encargos legais e as indenizações, as grandes marcas da web não desejam arranhões na sua reputação.[/one-fourth]